Cada tiro, cada melro — 3 anos de torpor
É-me difícil acreditar que haja alguém que tenha conseguido navegar
nestes três últimos anos, apático e incólume, sem suspeitar de que algo de muito
errado se está a passar com o mundo.
A haver, ou é burro ou não tem arte.
É verdade é que, no passado, a humanidade se viu confrontada
amiúde por dificuldades coletivas colossais. Nada de novo. Porém, temos de admitir que esta sucessão
peculiar de acontecimentos em catadupa, invariavelmente nefários, dos últimos anos, não deixa
dúvidas quanto à existência de uma cabala obscura, maquiavélica, com o fito de
nos tornar pobres, doentes, inférteis, covardes e, em última instância —
impotentes — perante o grandioso RESET, tão almejado pela elite.
É que sempre houve uma nata da sociedade (que reside nalgumas
confraternizações secretas) e a ralé, a escória, os escravos. Supostamente, nós.
Não acreditam? Revisitando:
A alegada pandemia. Sob a bandeira do “vai ficar tudo bem”, “são
só duas semanas para achatar a curva” e “a economia vê-se depois”, fomos projetados
numa espiral mirabolante de subida do custo de vida e concomitante perda de
poder de compra. A crise económica não teve origem em nenhuma das guerras… foi
a displicência e a covardia das pessoas com medo de sair de casa.
Depois os conflitos — na Ucrânia e no Médio Oriente —, que conduziram
à diabolização de determinadas figuras e entidades, também foram aceites e
entendidos tacitamente pela comunidade como os causadores dos aumentos dos
preços e das taxas de juros. Há de facto um grupo a culpar por toda esta
situação, mas não é certamente aquele que todos imaginam e materializam. É a velha
arte da prestidigitação.
Pelo meio vieram as pretensas alterações climáticas e os ativismos,
os LGTBQ+, as misses de Portugal transexuais, a doutrinação sexual — contranatura
— dos pequenos nas escolas. Foda-se, até os anúncios de tampões e pensos
higiénicos mudaram do corante tipicamente azul para o vermelho, com vista a criar
artificialmente obstáculos mentais aos pobres de espírito, induzindo um certo
grau de asco por algo perfeitamente natural. Há mestres da programação
neurolinguística a manipular nos bastidores.
As crises políticas, os fluxos migratórios — cavalos de Troia
— e a ascensão da extrema-direita… são fait divers. É fácil contemplar o
quadro geral, THE BIG PICTURE. Basta querer.
Mas, se ainda acham que estão a ser bem conduzidos, posso
sugerir uma reflexão em três passos?
#1 — Toda a minha vida tive a clara noção de que, caso a
humanidade se visse perante uma inusitada ameaça severa, todos se iriam unir em
prol de um desígnio comum, abnegadamente, sem qualquer interesse em dividendos
económicos com a resolução da aflição. Ora, a medida profilática imposta à
população contra a putativa enfermidade pode ter parecido gratuita para o
cidadão comum, porém os contratos entre os governos e as farmacêuticas foram,
efetivamente, multimilionários, com lucros mirabolantes para a indústria. No
mínimo, o preço de cada dose só deveria ter refletido os custos da investigação,
matérias-primas, manufaturação e distribuição das “vacinas”. Um BREAKEVEN. Todo
o lucro em torno da desgraça alheia, neste caso particular, que acabámos por
suportar indiretamente via os nossos impostos, afigurou-se, quanto a mim,
pornográfico e, por conseguinte, suspicaz.
#2 — Os negacionistas. O termo — erroneamente repescado do
tempo em que havia quem duvidasse que o Holocausto judeu tivesse acontecido —
foi colado aos que, destemidos, lutaram contra as medidas draconianas impostas
durante a pretensa epidemia chinesa. Toda uma narrativa vigente foi perentória
a considerar que o que estas pessoas estavam à procura era de destaque,
projeção mediática e “fama”, qual concurso televisivo BIG BROTHER. Eu, que os
acompanhei a quase todos, posso seguramente afirmar que o que prevalecia no
seio destes grupos era precisamente o sentimento contrário, salvo uma ou outra
exceção. Tudo o que estas pessoas queriam era paz, sossego, recato e que, na
sua zona de conforto, pudessem prosseguir tranquilamente com as suas vidas, em
ambiente de total discrição. Quem se expôs nessa malograda temporada, fê-lo com
o desígnio de alertar os mais incautos, sob a pesada pena da excomunhão social.
Eu, pessoalmente, preferia mil vezes ter ficado no meu lugar e não ter de me
chatear, mas havia uma obrigação moral… Aliás, se pensarem bem, foi do lado oposto
que se deu todo o mediatismo. Temos médicos a escrever livros e a vendê-los aos
magotes e almirantes vacinólogos a pretender o trono de Presidente da
República.
#3 — A censura. Um país que se orgulha de ser democrático
tem de saber respeitar a liberdade de expressão. Podemos não gostar minimamente
do que diz o contraponto, mas esse desagrado não deveria sonegar NUNCA o direito
de o proferir. Nestes três anos vi todas as minhas contas nas redes sociais a
ser totalmente obliteradas, sem qualquer possibilidade de recurso. Pior, sempre
que alerto as pessoas comuns deste ataque às minhas liberdades pessoais,
ninguém parece incomodar-se, pois o meu discurso sempre se opôs veementemente
às suas convicções particulares. Demasiado tóxico, alegam… Porém, nunca foi o
conteúdo que esteve em causa, mas, ao invés, um direito fundamental, que foi violentamente
vilipendiado. O meu caso é só um entre muitos e existe, portanto, uma franja de
informação que desapareceu totalmente dos meios de comunicação mainstream
e só está acessível em determinados jornais e redes sociais independentes.
Voltaram os tempos de ditadura, só que desta vez encapotada, sob o véu de uma
pretensa virtude moral. Em suma, quer parecer-me que a censura é afinal tolerável
se permitir silenciar de modo seletivo as pessoas inconvenientes como eu…
Nestes três anos não foi só a mortalidade por todas as
causas que subiu (inexplicavelmente ou talvez não) quase duas dezenas percentuais.
Também a morbilidade — entenda-se ausência de condições salutares para o
desempenho de uma vida profissional e familiar normal — teve um surto vertiginoso
no pós-pandemia.
O SNS está um caos não apenas porque os médicos — que
padecem quase todos de um incompreensível complexo de deus — querem melhores
salários e condições. As urgências estão em rotura porque simplesmente as
pessoas estão mais doentes.
E ninguém quer falar nisso…
Fiquem bem,
Rica Sainov
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