O gigante com pés de barro
É muito simples a forma de eu ver a coisa. Durante estes dois anos tentei personificar a GRANDE lacuna da ciência — a ausência de um observador do observador. Se preferirmos, um meta-observador. Sem um controlo externo, sem os vários contrapontos, mercê de interesses financeiros encapotados, foi fácil empurrar irrevogavelmente a ciência para uma roda-viva imparável, para uma eterna espiral de autodestruição. Quero com isto dizer que a verdadeira ciência — a que duvida sempre e fica feliz por ser desafiada —, agora, ao invés, apoiada em doxas e dogmas e sacrificada no altar macabro dos interesses corporativos, foi ferida de morte. O novo normal vestiu a máscara da falta de ética, da dilaceração da moral e do estrangulamento dos valores fundamentais e decidiu silenciar quem por fim mostrava a coragem para erguer uma voz contestatária. Surgiu uma nova religião cuja divindade era a COISA. Quem desafiava a COISA era um herege e merecia uma exemplar punição. Implementou-se um sal