As feridas profundas

As feridas profundas



Olá a todos!

Hoje estava a vestir a minha filhinha de 6 anos, para a levar à escola, e ela confidenciou-me que gostaria de ser médica. Ela adora tratar os irmãos, os pais, os avós e os amiguinhos. Não obstante a prematuridade da sua emergente vocação, nada me podia deixar mais feliz!

Apenas acrescentei que, concomitantemente ao curso de medicina, deveria apreender também noções sólidas de medicina natural ou naturopatia.

Na minha modesta opinião, tal como o Yin e o Yang, a ciência exata e a capacidade de SENTIR um paciente como um SER físico, emocional, social, espiritual e energético devem andar de mãos dadas. As duas vertentes devem ser complementares e interdependentes!

É com enorme satisfação que assisto a um crescimento galopante do interesse, por parte da classe médica, nas áreas do entendimento holístico do SER.

[E atenção que os mais leigos tendem a confundir o conceito de holístico com esotérico!
Para clarificar:
 Holístico - Que defende uma visão integral e um entendimento geral dos fenómenos, "holístico", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha].]

É com muito orgulho que na minha terceira pós-graduação universitária, em acupuntura integrativa, tenho vários colegas pertencentes à classe médica (e outros tantos enfermeiros e demais profissionais de saúde).

Sou fã confesso daquilo que podemos denominar hoje de medicina INTEGRATIVA.
Posto isto, gostava de compartilhar convosco um aspeto fundamental, visto pela perspetiva da medicina natural, que pode explicar a falta de sucesso no tratamento convencional de variadíssimas patologias crónicas: - As feridas profundas!
É claro que já todos entenderam que as feridas a que me refiro não são as feridas físicas, infligidas na pele por um objeto cortante.
Refiro-me àquelas feridas emocionais que, num processo MENTAL de push it forward, de empurrar para a frente, se mantêm vivas e abertas (e não descurem o subconsciente porque a nossa mente é muito ardilosa) e vão afetar negativamente o nosso equilíbrio interno, provocando e mantendo condições patológicas crónicas.

Entramos no campo da psiconeuroimunoendocrinologia!

Entramos em conta com o eixo hipotálamo – hipófise – glândulas (córtico) supra-renais (e outras glândulas endócrinas)!

Ou seja, se no passado, desde a nossa mais tenra infância, algo nos magoou intensamente e não tivemos a capacidade de “cicatrizar” essa “ferida” corretamente, vamos sofrer garantidamente de uma certa mazela, normalmente envolvendo o sistema imunológico, que, também ela, tem dificuldade em “cicatrizar”.

Apresentamos as doenças crónicas e/ou autoimunes!

Certa vez, um naturopata muito experiente compartilhou comigo: - “1 minuto de emoções negativas (medo, raiva, preocupação) equivale a 6 horas de alterações (baixa) imunológicas”.

Estão a ver?

Entendem porque o caminho para a saúde e para a felicidade passa inevitavelmente pela nossa atitude perante a vida?

Devemos ser menos reativos, ter mais compaixão. Devemos treinar o DESAPEGO. O desapego das coisas materiais, de certas emoções menos positivas (as que geram ressentimento). O desapego do controlo. Nós não controlamos nada, quanto mais tudo...

O desapego das pessoas…

Neste último, espero que entendam que não é deixar de amar quem amamos, é precisamente o oposto! É não tratar as pessoas que amamos como nossa propriedade – nós não somos donos de ninguém! AMAR alguém é deixá-lo ser LIVRE!

Se o que acabei de descrever não fez sentido / ressonância convosco então sugiro que procurem BEM dentro de vós, ou em pessoas próximas, alguns exemplos de feridas que mais tarde se traduzirão em patologias, conforme descrevo nesta lista:

Cálculo de vesícula biliar – problemas / discussão com um familiar ou amigo próximo.
Acne – desconfiança nos outros.
Desequilíbrio na pele (psoríase, p.e.) – Conflitos de separação (divórcio dos pais, p.e.). Contacto com os outros (a nossa pele é a última fronteira entre nós e o mundo exterior) - de alguma forma desvalorizamos a nossa aparência.
Problemas respiratórios (tuberculose, enfizema) – Eventos que envolveram muita tristeza.
Obesidade, peso excessivo – Todos os dias são iguais… Perda de motivação.
Fibromialgia – Emocionalmente, mulher (ou homem) que se sente desvalorizada e diz (interiorizando): “Já não me mexo!”.
Problemas intestinos [IG] – Quando um familiar (ou amigo) nos diz e/ou faz algo que nos “atraiçoa”.
Problemas digestão [Estômago / ID] – Quando SENTIMOS uma profunda injustiça (não digerimos o que nos fizeram).
Inflamação dos intestinos (colite ulcerosa, Crohn) – Ferida de “abandono”.
Cancro – Desvio absoluto (por decisões nossas tomadas) daquilo que estamos destinados (e que, se auscultarmos o nosso coração, SENTIMOS) a fazer na nossa vida (profissional, emocional, familiar e social) – desconexão.

Neste último exemplo apenas sugiro: - Não se sintam “atores” na vossa própria VIDA!

São só alguns exemplos…
Não é taxativo!
Mas muitos irão ficar surpreendidos…

Nunca é tarde para mudarmos os nossos hábitos (emocionais, mentais) e abandonarmos os medos, os ressentimentos, as crenças, os preconceitos, as desconfianças, os fundamentalismos, os EGOS inflamados, as manias da superioridade (material e intelectual), as manias da inferioridade, a ânsia do controlo de tudo e de todos…

Não tenham medo de FALHAR!

Não tenham medo de ARRISCAR e MUDAR!


Step out of the box,

Ricardo Novais



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