Raio do sol...

Raio do sol…

Pois…

Abro a Visão e leio que há muita preocupação, pela Direção Geral da Saúde, Infarmed e pelos os demais KOL (Key Opinion Leader) da saúde deste país, porque o consumo de vitamina D (em suplemento colecalciferol, habitualmente extraída da lanolina da lã de ovelha) aumentou 5 vezes nos últimos anos.
Já encomendaram uma pesquisa minuciosa ao Instituto Ricardo Jorge…

Bom… Eu sou daqueles que gostava que as pessoas não tivessem tanto medo do sol…

Temos um país fabuloso. Esta ocidental praia lusitana… Tem um sol fantástico!
No entanto, durante as duas últimas décadas, assisti a um massacre quase diário, por parte dos lobbies nas televisões, revistas e jornais, alertando que deveríamos ter MUITA precaução com a exposição ao SOL.
E ainda não tinha começado a moda dos filmes e séries com vampiros…
Segundo os senhores especialistas deveríamos sair de casa com o corpo besuntado com fator cinquenta e andar sempre pela sombrinha. Ao mínimo raio de sol e a sentença já estava tomada – Cancro da pele.
Pelo menos era o que se ouvia se se ligasse a televisão e estivesse um dermatologista qualquer a falar.

Atenção que quero fazer um parêntesis: - O cancro da pele é brutal! É provavelmente um dos mais assassinos!

Mas daí a termos medo do sol…

Senão reparem: - Exposições ao sol erróneas misturadas com tipos de pele mais vulneráveis, dá uma combinação mortífera. Incorremos em sério risco de melanoma. É certo!

Mas, há sempre o reverso da medalha… [há sempre dois lados na história]:
Se não aproveitarmos esta radiação celeste, pelo menos 20 minutos por dia, em 40% do corpo (basta andarmos de calções e t-shirt), temos défice de vitamina D.
Por sua vez, não estamos a municiar o organismo com um sistema imunológico competente. Em consequência - outros cancros surgirão.
É um facto – Se fizermos um doseamento da vitamina D (25-hidroxi-D3, calcidiol) sanguínea em todos os doentes dos IPO e departamentos de oncologia dos hospitais por este país fora, os níveis estão baixíssimos! Podemos comprovadamente correlacionar níveis baixos de vitamina D com a incidência (e prevalência) de vários tipos de cancro (e não só… doenças crónicas e autoimunes também).

Então vamos fazer as contas:
- Se aproveitarmos erradamente o sol – Cancro da pele;
- Se não aproveitarmos o sol como deve ser – Todos os outros cancros.

Se fosse um jogo de futebol eu sabia em quem apostar… E vocês?

Eu próprio e a minha família agimos da seguinte forma:
- Se, na altura do calor, estivermos ao sol e a nossa sombra for mais pequena que o nosso corpo, saímos do sol e vamos para a sombra beber uma limonada;
- Se a sombra for maior, vamos brincar para o sol, para a praia, para o mar ou correr no campo (Isto, em horário de verão, significa sensivelmente que devemos ter precauções maiores com a radiação solar entre as 11h e as 17h);
- Evitar exposições prolongadas e escaldões;
- Beber muitos líquidos e comer frutas e vegetais frescos, ricos em antioxidantes;
- A ser mesmo necessário um protetor solar, usar um protetor biológico com fator de proteção FÍSICO e não químico;
[recordo que o óleo de coco extra virgem biológico tem proteção solar até FP4…]
Já alguém pensou que ao colocarmos protetor (químico), em conjunto com a incidência de raios solares fortes na pele, podemos estar a promover reações químicas potencialmente carcinogénicas?

Têm dúvidas?

Reparem nos povos do norte da Europa – ao primeiro raio de sol vão logo para uma esplanada.
(Lembrem-se que a exposição ao sol equilibra também a curva serotonina / melatonina, melhorando o humor e combatendo a depressão e insónias)
Reparem nos nossos cãezinhos – deitadinhos ao sol, sempre que podem.

Nós, portugueses, gostamos de ser diferentes… Temos uma sociedade tendencialmente assética e artificial. Preferimos passar uma tarde inteira no shopping a levar com cosméticos, perfumes, químicos, aromas de fast-food e radiações eletromagnéticas (que não as do sol, evidentemente) do que a contemplar a NATUREZA num campo ou à beira-mar.

Estávamos à espera de quê, sinceramente?

Muitos profissionais de saúde já se aperceberam dos riscos de uma vitamina D sérica baixa e começaram a prescrever suplementos.

Ora… porque optaram as pessoas por se esconderem do sol?

O raio do sol...


Step outside,

Ricardo Novais

P.S.1 – A vitamina D para existir na sua forma ativa – o calcitriol (1,25-dihidroxi-D3), carece de ativação a nível renal. Valores anormalmente altos de D3 demonstram correlação com determinados tipos de cancro e/ou insuficiência renal. Não confundir com a D2, que é mais frequentemente pedida a nível laboratorial e que dá ideia das nossas reservas em vitamina D.


P.S.2 – A vitamina D é uma das vitaminas lipossolúveis. Quer isto dizer que o excesso vai ser acumulado no corpo, com efeitos tóxicos. Ficar alerta se apresentarmos fraqueza, náuseas, perda de apetite, dores de cabeça ou abdominais, cãibras, diarreias e até arritmias. A suplementação de vitamina D carece sempre de acompanhamento por profissional de saúde idóneo, que irá prescrever doseamentos séricos de acompanhamento.

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