O silêncio do ser
O silêncio de Ser
Agradeço profundamente a generosa partilha da minha amiga Cristina Abreu que aceitou o desafio de escrever estas palavras:
Este fim de semana assisti a uma aula de nutrição
terapêutica que gerou em mim um sentimento de “só sei que nada sei”. De facto,
após o estudo de inúmeras teorias sobre as melhores dietas, os melhores
alimentos, os melhores suplementos, ouvi uma médica, especialista em medicina
natural, com uma experiência de vida incrível, a dizer que não podemos utilizar
protocolos, temos que individualizar o tratamento e o que aconselhamos. Além
disso, afirmava que é fundamental que o doente valorize o seu diálogo interior,
uma vez que só assim poderá atingir a saúde plena.
E então, fez-se luz. Ali estava a validação do que eu penso
há muito tempo, a minha luta dos últimos anos. Todos nós temos uma sabedoria
interna, que nos conduz pelo caminho correto, como uma luz na noite escura. O
nosso corpo tem capacidade de auto cura, que pode ser potencializada por um
terapeuta. Mas o verdadeiro poder de cura está dentro de nós e é único em cada
um. Por isso, protocolos de tratamento não fazem sentido, dietas maravilha não
fazem sentido, curas naturais milagrosas não fazem sentido.
O que faz sentido? Sentar, acalmar a mente e ouvir. Não o
barulho do mundo exterior, mas a nossa voz interior. Não os frenéticos
pensamentos do que temos que fazer ou do que fizemos, mas uma voz subtil, que
surge quando o corpo e a mente relaxam e nos entregamos a um momento de
silêncio, de paz, de não resistência.
A isto chama-se meditação.
Não é
necessário um local especial, uma técnica especial, uma roupa especial, uma música
com sons da natureza ou taças tibetanas. Tudo isto é bom, mas não é necessário.
Basta um local sossegado, fechar os olhos e focar no barulho da nossa
respiração. Os pensamentos vão surgir e, sem julgamentos, observamo-los e
voltamos a focar na respiração. É preferível meditar todos os dias 5 minutos,
do que 1 hora num só dia da semana. Ao fim de algum tempo, a transformação que
se produz em nós é fenomenal. Ficamos em sintonia perfeita com a Vida e com o
nosso Eu interior, começamos a saber o que é melhor para nós. O que comer, como
exercitar, quando descansar, como amar, como VIVER!
Nós nascemos com um livro
de instruções, apenas temos que aprender a lê-lo. A meditação é uma ferramenta
simples mas muito poderosa, acessível a todos, benéfica para todos. Desafio a
experimentarem, sem grandes objectivos, só pelo prazer de estar em sintonia com
a calma interior. Se no primeiro dia for difícil, não desistam.
Aos poucos vão
encontrando aquele espaço interior de silêncio, o silêncio de simplesmente Ser.
Obrigada Ricardo pelo convite de deixar estas palavras no
teu fantástico blog, um espaço onde se respira liberdade de expressão, com
muita sabedoria.
Cristina Abreu, especialista em fitoterapia e homeopatia
Há muito tempo que quero iniciar a meditação, simplesmente não sei como. Meditações guiadas em frente ao computador para mim não fazem sentido nem resultam. Encontrar um local sossegado também não é fácil, mas hei de conseguir dedicar esses 5 minutos a mim! Tudo é uma questão de começar e, como dizes, Cristina, não desistir até encontrarmos a nossa própria maneira de meditar!
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