Inimigo público número um
Inimigo público número um
O açúcar.
Estamos novamente na época das constipações, gripes e outras
viroses.
Quem tem filhos sabe como é difícil atravessar esta quadra incólume.
Sem sobressaltos, sem febres, sem transtornos.
Contudo, chegamos àquela altura do ano em que, de um modo inusitadamente
parvo, açambarcar doçaria de uma forma exagerada e negligente, é simplesmente um desporto
nacional.
O Natal…
[Quando não é o Natal é o Carnaval, a Páscoa, as férias
grandes, o Halloween, and so on, and so on]
Aos milhões que padecem de um síndrome metabólico basta meramente alegar
o excecional espírito natalício, de comunhão, de família, para "justificar" as
irrefletidas overdoses de doces e chocolates.
Nas minhas aulas é comum perguntarem-me sobre os malefícios
do sal. A minha resposta é invariavelmente a mesma: - se um indivíduo é
saudável, não padece de diabetes, hipertensão, problemas cardiovasculares - os três
em conjunto perfazendo o famigerado síndrome metabólico – não vejo motivo para
não incluir com moderação, na sua alimentação, um bom sal integral, mineralizado, pleno de oligoelementos,
sem excipientes, sem químicos, não meramente cloreto de sódio.
Direciono, então, imediata e invariavelmente, as baterias
para o açúcar e para a alimentação rica em hidratos de carbono que rapidamente
se transformam em glicémia.
O corpo humano, contaminado pelo incompreensível excesso de
açúcar, fica irrevogavelmente inflamado. Decorrente desta inflamação continuada
gera-se o terreno propício para que uma eventual determinada predisposição
genética se manifeste com uma mirabolante facilidade. Adquirem-se doenças crónicas e metabólicas. Contrai-se, por exemplo, diabetes.
Numa simples análise comparativa com chimpanzés e gorilas,
que são os nossos primos na cadeia de evolução e que tal como os humanos não
convertem a glicose em vitamina C por falta da L-gulonolactona oxidase, verificamos que em virtude de
ingerirem mais frutas e vegetais frescos crus não fazem inflamação com facilidade. Quando vivem nos seus habitats na Natureza - e não em cativeiro - não ficam com gripe, não padecem de diabetes, não sofrem de distúrbios
cardiovasculares.
É básico: - quando alguém fica com gripe, não
deve comer doces ou açúcar. Não deve comer [ou comer muito pouco]... Ponto!
O corpo precisa de
concentrar toda a sua energia no combate imunológico e na regeneração. Não é por
acaso que não sentimos fome quando estamos com febre.
Erroneamente cedemos à indefetível sedução
da costumeira bolachinha ou bolinho quando estamos doentes na cama…
Devemos, sim, beber muita água e
ingerir vitamina C.
Pior...
O açúcar é aditivo!
Atua nas mesmas zonas do cérebro
que as drogas recreativas, como a heroína e cocaína… Mas com mais intensidade.
Também não considero normal que uma criança de 10 anos já tenha ingerido mais açúcar que o seu avô de 75, durante toda a sua vida…
É preciso mudar o paradigma
rapidamente!
Sabem quem também adora o açúcar?
- O cancro…
Quando alguém tem uma doença
crónica ou cancro precisa de desinflamar. É vital não gerar resistência à
insulina. É crucial ter uma alimentação anti-inflamatória.
Em seminários e workshops normalmente dou o exemplo do PET-scan, que é o exame state of the art
para deteção imagiológica de metástases: - dá-se [à pessoa que padece de
cancro] glicose [açúcar] com um marcador radioativo. As células cancerosas, super-ávidas
pelo pérfido veneno - o açúcar, consomem-no muito mais rapidamente que as restantes células - a imagem do corpo vai acender como uma árvore de Natal.
Todavia, para não assassinar o “espírito”
natalício, deixo-vos um vídeo de um “docinho” de Natal:
Tapioca de Natal
vegana, sem glúten.
P.S. - Toda a receita foi confecionada com uma mão só. A outra estava a ser utilizada para filmar :-)
P.S.2 - Podem optar por não colocar a rapadura e, mesmo no fim, quando a tapioca está a arrefecer na travessa, adicionar stevia, que tem índice glicémico zero. Carga glicémica zero.
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