A Barreira invisível
A barreira invisível
Sou um inconformado. Procuro incessantemente áreas de
interesse que me preencham completamente o espírito. É uma espécie de fome
insaciável.
Quem me conhece bem sabe que, nem um gato, já tive várias
vidas, inúmeras atividades.
Não considero esta característica uma inconsistência de
carácter. Antes uma viagem interminável ao âmago do Ser. À procura daquilo que me
faz bem, do que me permite ficar plenamente realizado.
Já me dei conta de que adoro comunicar. Nas consultas, em
aulas ou em palestras, dá-me um gosto especial sentir que consigo passar a
minha mensagem — aquilo que intuitivamente sinto que alguém precisa de escutar (e,
por vezes, a mensagem é mesmo para mim próprio).
Para além desta comunicação interpessoal, desta partilha de experiência
e saberes, que me encanta sobremaneira, apercebi-me de que, mais que tudo, adoro
escrever: neste blogue, em e-magazines, em jornais ou até em flyers ou
emails. Ponto final, parágrafo.
Ultimamente, apostei declaradamente na escrita ficcional.
Escrevi um livro.
Nos lançamentos do Fleur d’Oranger — o meu primeiro romance
— levantei um pouco do véu. Disse já por várias vezes:
“Porquê ficção? — Simplesmente porque com ficção é mais
fácil transmitir uma mensagem e chegar a faixas etárias mais jovens. Porque
para pôr em marcha uma mudança de paradigma, esta precisa de começar a germinar
bem cedo nas nossas mentes. É, portanto, vital mudar o estado atual das coisas
e isso começa por fazer “abrir os olhos” às novas gerações. A elas pertence o
futuro. No entanto, acredito que o livro poderá influenciar positivamente
as mentes de todas as idades.”
Sou, contudo, confrontado amiúde com a seguinte dúvida: — o
que é mais benéfico para o fluxo natural do sucesso desta obra? Deixar o
Universo tomar conta ou continuar a trabalhar em sintonia com ele, na senda de
romper uma certa barreira invisível?
A resposta nem sempre é clara. Nem com a meditação consigo
visualizar a melhor opção. Consigo sentir nitidamente, porém, que desejar algo
que a vida nos pode oferecer, de mais material e, por conseguinte, menos
espiritual, nada tem de errado. Estamos neste mundo para desfrutar de tudo que é
belo e nos faz sentir felizes e reconhecidos. Para tirar o melhor partido das
coisas e das situações. E, se queremos viver o AQUI e o AGORA, também é exigível
que façamos a nossa parte. Desde que seja feito com uma única intenção — a de
potenciar a energia do coração. A energia do AMOR.
Bem-haja a quem me ajuda diariamente a superar essa barreira.
Bem-haja a quem acredita que podemos viver num mundo mais justo, mais compassivo e mais ético.
Rica Sainov
Bem haja Ricardo. Gostei muito do livro Fleur d'Oranger, que está muito bem escrito, a história prende mesmo e a(s) mensagem(ns) passa(m) com muita facilidade e transparência. Parabéns e um beijinho.
ResponderEliminarMuito grato pelas suas palavras. A "Barreira" que falo tem mais a ver com a dificuldade em fazer chegar o livro a todos os eventuais interessados nesta história algo diferente :-) Bem-haja! Beijinhos!
EliminarDe nada vale lutar contra as marés e os ventos meu ilustre amigo. Já construis-te o barco e as velas e agora estás a tentar navegar por vagas e tempestades que não te deixam ver o porto seguro. Por vezes é preferível recolher as velas e descansar permitindo que as correntes nos afastem do perigo. Se o barco é de qualidade não se afundará mas a insistência de lutar contra a tempestade irá danificar a embarcação e deixar-te sem forças. Recolhe-te deixa-te ser levado e encontrarás. Recupera forças para aquando da altura correta poderes lutar já restaurado.
ResponderEliminarEm bem haja e em vez de pensares fora da caixa...
Pensa no que podes fazer com ela.
Não me vejo a lutar. Antes a colaborar e a alavancar… :-) Bem-haja!
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