Aqui Jazz Portugal

 


A toda a hora ouvimos música em casa, no carro e no trabalho. A música faz parte do nosso quotidiano e é uma magnífica companhia, apaziguando a alma. É também uma excelente forma de elevarmos a nossa vibração individual e a do ambiente.

Porém, convém relembrar que, desde 1939 — período em que decorria a 2ª Guerra Mundial —, praticamente toda a música que conhecemos e que é tocada atualmente nas nossas rádios, televisão e nos formatos digitais, começou a ser produzida com instrumentos afinados a 440 Hertz, portanto, de 440 ciclos por segundo, ao invés dos tradicionais 432 Hz — a frequência a que os mestres Beethoven, Bach e tantos outros grandes músicos compuseram as suas obras. De um modo muito redutor, para estes grandes mestres, a frequência de 432 Hz — o padrão na sua era — era simplesmente mais harmónica e ressonante com a energia da Natureza e de Deus, portanto do amor (chakra cardíaco). Inclusive, os seus conceitos de concordância com o universo eram tão profundos que uma grande porção das suas obras foram compostas em respeito pela proporção dourada (o número de Deus), ou phi, e pela sequência de Fibonacci. Para terem uma ideia da importância deste phi (1,618), relembramos ao leitor que as grandes pirâmides de Gizé foram contruídas com esta proporção e, na natureza, as espirais dos caracóis, a distribuição das sementes numa flor de girassol e até as proporções relativas do corpo humano (por exemplo, a distância da ponta dos dedos ao ombro e da ponta dos dedos ao cotovelo ou a medida da cintura até a cabeça e o tamanho do tórax) obedecem a esta magnífica proporção, tal como é magnificentemente representada no Homem de Vitrúvio, de Leonardo da Vinci. Quando o leitor segura um cartão bancário na mão raramente se apercebe de que a sensação de bem-estar e pertença quando o segura se deve, também, ao facto de a proporção entre os lados do retângulo ser a dourada, ou seja, de 1,618.

Por estes motivos, a reprodução filarmónica dos grandes clássicos a 440 Hz por orquestras de elevado prestígio a nível mundial, atualmente, ainda que compreensível por motivos de uniformização, não deixa de ser uma aberração, se analisarmos friamente a questão.

As mais rebuscadas teorias da conspiração alegam que algo de muito sinistro e maquiavélico está por detrás da implementação desta frequência standard global e atribuem esse facto a uma campanha obscura: primeiramente a pressões da Fundação Rockefeller, em 1935, e uns anos mais tarde, como parte da propaganda Nazi, por Joseph Goebbels. De acordo com estas teorias, a música assim produzida iria condicionar a população a pensamentos e sentimentos anómalos e antinaturais, fazendo-a “prisioneira de uma determinada consciência”, ou seja, induziria um maior espírito de agressão, de agitação psicossocial e de stresse emocional, predispondo as pessoas a mais doenças físicas e a constrangimentos financeiros, beneficiando as agências, governos e organizações envolvidos no monopólio global — a nova ordem mundial.

Desta forma, os poderes ocultos (os poderes que controlam os nossos governantes) conseguiriam baixar as vibrações não só da geração mais jovem, que normalmente passa o dia com os auscultadores postos e vai aos concertos, mas de toda a humanidade. Segundo estas teorias, “estas frequências destrutivas são intrusivas dos nossos pensamentos e causam disrupção e falta de sentido de união. Em última instância vão estimular o cérebro numa ressonância desarmónica, promovendo a doença e a guerra”.

É claro que estas alegações nunca passaram de um plano meramente conjetural. Porém, é importante relembrar que no senso comum se costuma afirmar veementemente que “não há fumo sem fogo”. Existe inclusive um provérbio chinês que faz muito sentido invocar: “antes de beber a água, pense na sua fonte”. Quer isto dizer que, se nos consideramos efetivamente seres racionais, devemos fazer uso do nosso sentido crítico para duvidar de tudo, mesmo dos dogmas mais enraizados, impingidos durante eras. Estamos a chegar a um ponto em que a verdade virá ao de cima e em que todos chegaremos à conclusão de que a sociedade moderna decidiu, até ao momento, medrar nos pressupostos de um crescimento económico, tecnológico e beligerante.

Recomendo ouvir música relaxante produzida com instrumentos afinados a 432 Hz.

Vitória da Luz,

Ricardo Novais

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Cada tiro, cada melro — 3 anos de torpor

10 razões para ajudá-lo a escolher a melhor moradia perto do Porto

10 reasons why you should buy this great house near Oporto - Portugal