Alopatia

Alopatia


Define-se como a medicina que tem por base o recurso aos medicamentos químicos e de síntese. Com pouco mais de uma centena de anos, é também denominada de tradicional ou convencional. É a norma nos países ocidentais.

Os medicamentos alopáticos, quando biodisponíveis, na sua forma ativa, atuam em locais específicos, normalmente recetores celulares ou enzimáticos, interferindo nas vias de funcionamento fisiológicas. São fantásticos para tratar paliativamente os desequilíbrios orgânicos. Entretanto, a mesma molécula, quimicamente sintetizada, mercê da falta de seletividade, atua igualmente em centenas ou até milhares de outros recetores, com estrutura molecular análoga, em maior e menor grau, produzindo reações não desejadas primariamente — são os efeitos secundários.

Para que um medicamento seja “libertado” para o mercado é imperativo que sejam realizados milhares de ensaios clínicos para convencer as entidades reguladoras de que, além da sua eficácia, os efeitos secundários não vão matar ninguém. Pelo menos a curto prazo. Por conseguinte, os medicamentos alopáticos apresentam muitos mais estudos científicos publicados que os primos homeopáticos e fitoterápicos porque, mercê dos efeitos secundários e colaterais, precisam de, comprovadamente, demonstrar que são razoavelmente seguros e, mediante ponderação médica, os benefícios da sua toma superam claramente os malefícios que possam eventualmente provocar.

Durante as nossas vidas fomos educados a considerar que um bom médico é aquele cujo consultório normalmente tem a sala cheia de pacientes. Todavia, na China antiga — infelizmente agora já não porque também ela ocidentalizou — um bom médico era aquele cuja comunidade não precisava de ser tratada e, por conseguinte, tinha o consultório habitualmente vazio. Só recorriam aos seus tratamentos [cirurgia ou acupuntura] quando havia uma situação verdadeiramente mais séria. O resto do tempo era ocupado a ensinar à comunidade conceitos de dietética e Chi kung ou Tai chi. Um médico chinês chegava a ter mesmo má reputação, inter pares, se tivesse muitos doentes no consultório.

Desde o início dos tempos que os chineses sabiam que a chave para a saúde integral da comunidade passava pela prevenção!

Do meu ponta de vista, a solução passa pela integração. O respeito e compreensão entre os vários profissionais de saúde.


Step out of the box,

Ricardo Novais (Rica Sainov)

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Autoimunes

Cada tiro, cada melro — 3 anos de torpor

Thank you back