O frasco de vidro
Quantos de vocês, adultos, já tiveram que decidir, em cima
do momento, de acordo com a vossa consciência?
Já tive inúmeras profissões, já estudei milhentos assuntos.
Contudo, há coisas que nem é preciso estudar… basta sentir, pressentir ou,
muito simplesmente, intuir. Essa talvez tenha sido a aprendizagem mais difícil
— para mim — de interiorizar, pois tive, para isso, de romper com uma vida inteira
de estereótipos, condicionamentos e dogmas impostos pela religião, política,
educação, ciência e sociedade em geral.
O gut feeling…
Se eu pudesse voltar atrás no tempo, diria ao Ricardo de há quinze
anos que era melhor “escutar” SEMPRE o formigueiro incómodo que sentia na
barriga antes de tomar qualquer decisão importante.
Quando ouço referir a vacina para o COVID-19 vem-me de volta,
impreterivelmente, aquela sensação desagradável no fundo da barriga. E, muito
provavelmente, também vos deve afligir a vós, inclusive aos mais acérrimos
covideiros [1].
Só que atordoados com a pressão desmedida e utópica de querer fazer parte de um
todo grandioso, envoltos numa histeria coletiva e querendo forçosamente
acreditar que o mundo tal e qual o conhecemos está verdadeiramente ameaçado, podem,
paradoxalmente, estar a embarcar na mais periclitante viagem que alguma vez já empreenderam,
rumo ao sombrio desconhecido.
Caros amigos, qualquer vacina que envolva a contaminação
artificial das nossas células com spike proteins, RNA mensageiros ou até
mesmo DNA deveria suscitar uma panóplia de dúvidas técnicas, mas, sobretudo, ÉTICAS.
Este seria o momento para a ciência finalmente se afirmar, na sua vertente mais
autêntica e despudorada — questionando a pertinência das ações políticas.
Afinal, estamos perante técnicas inovadoras e, por conseguinte, INCÓGNITAS,
sem estudos de longo prazo (ou então estamos a ser muito bem enganados).
Como é possível — em apenas nove meses — haver assim tantas
certezas? Como é possível as comissões de ética permitirem o atropelo das fases
de estudos clínicos para estas vacinas? Como é possível as entidades
reguladoras darem assim, tão cegamente, o aval para a administração em larga
escala a nível global? Como é possível que investigadores de renome venham à
praça pública apregoar que são 100% seguras?
A verdade é que, relativamente às vacinas, só depois de uma década
de testes a aferir a sua segurança (e eficácia, na maioria estatísticas de
custo-benefício) é que é habitual a permissão para a sua implementação… e de
forma paulatina. A questão não se prende com a urgência, imediatismo ou
mediatismo da situação, que quanto a mim estão amplamente desproporcionados. A
questão prende-se, indiscutivelmente, com os respetivos efeitos adversos a LONGO
PRAZO.
Simplesmente, não estão fartos de ver o Homem a atirar o
lixo para debaixo do tapete, ao estilo de “quem vier a seguir que resolva…”?
Ora bem, OK, mas… — perguntam vocês —, o que é que
tem o raio do frasco de vidro (o título deste blogue) a ver com o assunto?
Como eu disse acima, sou muitas coisas. Uma delas é escritor
(de ficção) e, como tal, gosto de me socorrer de metáforas:
Reza a história que certa vez um homem estava a preparar uma
feijoada para toda a família: pais, avós, tios, irmãos, filhos, sobrinhos, etc.
Não faltava lá ninguém. Toda as pessoas que ele amava, especialmente as
crianças, estavam em sua casa para aquele caloroso repasto.
O homem, para facilitar o trabalho, obviando etapas, ao
invés de cozer o feijão seco, decidiu comprá-lo já cozido, em frascos de
vidro.
Eram tantos em sua casa naquele dia que teve de usar doze
frascos inteiros de feijão manteiga que tinha comprado no supermercado.
A feijoada cheirava deliciosamente. Afinal o homem era um
grande cozinheiro.
Quando finalmente colocou a colossal travessa de feijoada a
fumegar em cima da mesa povoada de comensais, os primeiros começaram a servir-se.
De repente, ouviu-se um grito provindo da cozinha:
— PAREM IMEDIATAMENTE! Não comam essa feijoada! —
disse a esposa, esbaforida. — Estava a arrumar os frascos de vidro vazios
no lixo e reparei que um deles estava partido. Podem ter caído alguns pedaços
de vidro na comida… tenho pena, mas o melhor é deitarmos esta feijoada fora …
O homem, ao ver o estado de pânico da mulher, não obstante
todo o seu esforço durante toda a manhã para preparar aquele delicioso banquete,
resolveu apoiar a mulher:
— Ouviram todos… despejem a feijoada de volta
na travessa e pousem os talheres, se faz favor... Vai tudo para o lixo, lamento…
— Ó, João, estás maluco? São só uns vidritos… — resmungou o
pai dele, um verdadeiro patriarca, austero e autoritário.
— Sim, ouve o pai… o que de mal pode acontecer? — reforçou o
irmão.
— Estão doidos? — retorquiu Helena, umas das irmãs do
homem. — Os vidros grandes até os podemos detetar na boca, mas os mais pequenos
podem passar despercebidos e podemos engoli-los…
O pai e o irmão olharam um para o outro e fizeram com o dedo
o sinal universal de “maluquinha”, com o indicador a descrever uma espiral na
têmpora.
— E depois? O nosso corpo é uma máquina muito inteligente…
se engolirmos os “vidrinhos”, eles acabam por ser expelidos de uma forma ou de outra,
não achas? — respondeu o irmão, exasperado.
— Sim… mas também se podem espetar ao longo do tubo digestivo
e causar-nos dor, transtorno e hemorragias durante muito tempo… Podemos até
morrer… — disse Helena, sussurrando, para as crianças não ouvirem.
— Mas, Helena… — disse uma das tias para a sobrinha hippie.
— Assim ainda morremos de fome, não podemos esperar mais…!
Consegue perceber a mensagem implícita? Com qual das
personagens se identifica?
Se me perguntarem, talvez me identifique mais com a irmã hippie
do homem, daí a minha insistência neste assunto. Para justificar, gosto sempre de
invocar um estudo — antiguinho — de 2002, de Bach:
Diz o estudo, baseado na hipótese higiénica, também conhecida como a teoria dos “velhos
amigos”, de David P. Strachan, que sempre vivemos em simbiose com os
microrganismos, tendo estes ajudado a “construir” as nossas defesas e a reescrever,
inclusive, o nosso código genético. Tudo de uma forma natural. Em meados do
século XX, mercê da introdução de novas moléculas de síntese, antibióticos e
vacinas, erradicaram-se muitas moléstias que assolavam a humanidade, é verdade,
mas, numa curva inversamente proporcional, explodiram as doenças alérgicas e
autoimunes:
Eu padeço de uma doença autoimune. Sei bem o que custa
enfrentar a dor e a inflamação todos os dias, a toda a hora, e considero que, por
isso, é fundamental que os investigadores de hoje não se esqueçam de observar os
efeitos a LONGO PRAZO.
Desta forma, e com todo o respeito pelos profissionais de
saúde e por todos aqueles que lidam direta ou indiretamente com a epidemia,
pergunto:
— Porque é que, antes da implementação da(s) vacina(s), não se faz o rastreio serológico das imunoglobulinas IgG ao novo coronavírus? Existem cerca de 350.000 casos confirmados, mas eu acredito que o número que teve contacto com o vírus e desenvolvido anticorpos seja largamente superior (por volta do triplo), visto ter havido inúmeros assintomáticos. Que eu saiba, no contacto com o vírus, o organismo adquire imunidade humoral — está automática e naturalmente vacinado. Provavelmente iriam ficar surpreendidos ao verificar que o número de pessoas que desenvolveram anticorpos pudesse ter já ultrapassado a classe dos milhões. Isso iria poupar muitos euros ao erário público e abrir uma nova perspetiva na abordagem da pandemia.
— Porque é que eu vejo os recuperados, como o Cristiano
Ronaldo, por exemplo, sempre com uma máscara social? Se teve a doença e
recuperou dela, dificilmente poderá propagar o vírus. Está vacinado.
— Quem me garante que o vírus não sofreu ou não irá sofrer, num futuro próximo, uma nova mutação e a vacina que vão inocular irá valer menos que zero? Eu
sei que os valores das ações das farmacêuticas iriam passar de 450% para valores
negativos… Será que é mais importante salvaguardar o capital destas megaempresas do que
o rendimento das famílias?
— Porque é que as farmacêuticas pediram garantias à UE
para que, se “algo” corresse mal com as vacinas, elas não sofressem represálias?
Não acham o comportamento de ambas as partes, no mínimo, suspeito?
— Porque não se insistiu mais na potenciação das respostas
imunes da população, sugerindo uma suplementação eficiente com vitamina D3 e
vitamina C, nos períodos de desconfinamento? Nada substitui um corpo robusto,
desintoxicado e imunologicamente competente. Já nem vou falar do passado
recente — pré-COVID — em que a vertente da saúde natural foi dizimada pelos
lobbies da síntese química. Refiro-me, muito particularmente, ao aqui e agora,
em âmbito de emergência. Porque não bebem os profissionais de saúde de outras
fontes que não a química?
Muitos me perguntam qual o meu interesse em me envolver neste
tão intrincado tema, correndo o risco de perder a consideração de amigos e
família. A resposta é simples: porque acredito na inteligência das pessoas e acredito
que, depois de conseguirem ver para além do medo, encontrarão a VERDADE.
A verdade, neste caso, é como um frasco de vidro
partido que nos estão a tentar ocultar.
Vitória da Luz,
Ricardo Novais
Bach JF.
The effect of infections on susceptibility to autoimmune and allergic diseases.
N Engl J Med. 2002;347(12):911‐920. doi:10.1056/NEJMra020100
[1] Neologismo
que faz referência às pessoas que deixaram de viver a sua própria vida para se
centrarem nas notícias alarmantes veiculadas pelos meios de comunicação social, estando dispostas a aguentar todas as medidas draconianas impostas para conter o vírus
que provoca o COVID-19 e a criticar duramente os prevaricadores que não
respeitam essas mesmas medidas.
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