Superar as agruras emocionais do confinamento

Há uma semana pedi à minha estimada amiga Cristina Rigaud de Abreu para me presentear com um texto de sua autoria abordando duas das suas (várias) áreas de especialidade: a homeopatia e a aromaterapia. Para que saibam, é a ela que eu recorro com mais frequência quando tenho dúvidas acerca de alguma destas terapias.

A pertinência do tema deve-se ao facto de neste momento começarem a aparecer sinais de forte desgaste psicológico. Não é para menos. Andamos nisto (da pandemia) há um ano. Como farmacêutico sei que os medicamentos são muito necessários para corrigir afeções agudas, incluindo as de foro psiquiátrico. Contudo, não há bela sem senão, ou seja, os medicamentos têm efeitos benéficos farmacológicos, mas, mercê da sua falta de seletividade, comportam invariavelmente, também, efeitos de habituação, dependência, entre outros. Portanto, se pudermos recorrer a alternativas energéticas, sem os riscos das reações adversas medicamentosas, tanto melhor.

A homeopatia e a aromaterapia servem bem esse propósito e têm uma forte ação a nível emocional. Contudo, como a Cristina refere, e bem, no final do seu texto: a aromaterapia comporta riscos. Não é para menos, os óleos essenciais das plantas são altamente concentrados e têm uma miríade de compostos químicos (naturais).

Em relação à posologia dos homeopáticos, isso fica habitualmente ao critério do terapeuta. Por esse motivo, não aparece assinalada a concentração aconselhada a seguir à descrição da cepa homeopática. Porém, a concentração de 30 CH é habitualmente segura e situa-se no limiar entre o agudo e o crónico e o físico e o mental. Ou seja, se quiserem enveredar por alguma das soluções homeopáticas apresentadas por ela, ponderem, em primeira instância, a concentração de 30 CH.

Aí vai:

Olhando os raios de sol que entram pela minha janela, que passam entre as nuvens de chuva, penso como a natureza tem uma infinita sabedoria para atingir o equilíbrio. Pergunto-me onde é que nós perdemos essa capacidade… onde estava a bifurcação que nos fez seguir o caminho mais longo. Mais longo e não errado. A natureza continua a dar-nos ferramentas para tratar os nossos desequilíbrios, se assim o desejarmos. Refiro-me, por exemplo, aos óleos essenciais e aos homeopáticos. Assim sendo, gostaria de vos deixar algumas dicas para que consigam ajudar o vosso corpo, a vossa mente e o vosso espírito a alcançar o equilíbrio neste período de confinamento:

Homeopáticos

Aconitum – Medo, ansiedade, inquietação, medo da morte e de ficar doente, especialmente após um choque emocional. Sintomas surgem de repente, com grande exacerbação. Não quer ser tocado, não consegue ouvir música.

Argentum nitricum – Ansiedade por antecipação com tremuras, angústia, melancolia. Descoordenação, vertigens, sensação de desequilíbrio. Tempo parece não passar. Grande desejo de doces.

Arsenicum album – Grandes medos com suores frios: da morte, de ficar sozinho. Exaustão após o mínimo esforço. Insónia por ansiedade e medo. Pessoas muito perfeccionistas.

Coffea – Hiperatividade e hipersensibilidade ao barulho. Insónia.

Gelsemium – Ansiedade por antecipação de algum evento, de algum acontecimento. Apatia, quer que o deixem sozinho.

Ignatia – Tristeza que muda para euforia de repente. Relações de dependência que causa sentimentos de tristeza e abandono. Chora em privado, não quer ser consolado. Para as emoções associadas a perdas na vida, para o luto.

Natrum muriaticum – Emoções associadas à perda de alguém importante (tristeza, revolta, …). Medo, irritabilidade, momentos de raiva, tristeza relacionada com doenças crónicas. Não quer ser consolado.

Nux vomica – Excessiva irritabilidade associada a cansaço extremo. Discute por tudo. Critica tudo. Não suporta barulho, odores, luz, etc. Não quer ser tocado. Bruxismo provocado por nervosismo.

Sepia – Indiferente à família, que é considerada um obstáculo ao descanso. Muita tristeza, com choro fácil ao falar das dificuldades. Não quer estar sozinho. Trabalho é considerado um escape.

Staphysagria – Vítimas de abuso psicológico ou físico. Muita raiva contida, “engolida”. Tristeza. Muita sensibilidade às opiniões que as outras pessoas têm sobre si.

Óleos essenciais

Lavanda fina (Lavandula angustifolia) – acalma corpo e mente. Regenera. Melhora a tristeza, nervosismo, ansiedade, trazendo ponderação, positivismo e calma às nossas ações.

Laranja doce (Citrus sinensis) – traz alegria à nossa vida. Melhora a tristeza, ansiedade, falta de confiança, medo, apatia.

Limão (Citrus limon) – traz o sol à nossa vida. Para a irritabilidade, ansiedade, tristeza. Desintoxica o fígado, acalmando as emoções reprimidas e que não queremos mais guardar.

Alecrim cineol (Rosmarinus officinalis qt cineol) – aumenta o foco e a concentração. Combate a fadiga mental, estimula a mente e aumenta a concentração e a memória. Não deve ser utilizado por hipertensos.

Hortelã-pimenta (Mentha piperita) – melhora as dores de cabeça e as enxaquecas provocadas por excesso de trabalho ou excesso de irritabilidade. Melhora o foco e a concentração. Acalma a mente e diminui o medo. Não deve ser utilizado por hipertensos.

Hidrolato de Rosa damascena – melhora o nosso ânimo, trazendo esperança e reconhecimento da felicidade nas pequenas coisas. Acalma a irritabilidade e protege dos maus pensamentos internos e externos.

Hidrolato de flor de laranjeira – diminui a tristeza, a ansiedade, acalma o medo e o pânico. Ajuda a dormir e a ter um sono descansado.

A inalação dos óleos essenciais é a maneira mais simples e eficaz de os utilizar para melhorar as nossas emoções.

Nota: os óleos essenciais são compostos químicos naturais muito concentrados que devem ser utilizados com conhecimento e cuidado. Grávidas e lactantes, crianças, idosos e doentes crónicos não devem utilizar óleos essenciais sem o acompanhamento de um aromaterapeuta profissional. Por outro lado, os hidrolatos podem ser utilizados com segurança.

Foto de Palo Cech no Pexels

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