Água e Ar
Água
Deveras polémica, a água suscita um rol de questiúnculas e mitos tais como: — A água deve ser altamente alcalina? — Devemos beber dois litros de água fora das refeições? — Podemos beber água da companhia ou só devemos beber água engarrafada? — A água das nascentes é perigosa? — Beber muita água das pedras faz mal?
Neste ponto, creio que devemos ser sensatos. Temos de ter em
consideração os aspetos práticos, higiénicos, éticos, ambientais e de
sustentabilidade.
Antes de tudo, é crucial ressalvar que dois terços do volume
do corpo humano são água. Ou seja, num processo muito próprio, dinâmico, mais
de metade de nós, do nosso corpo, em apenas dias, é renovada, lavada. Daí a
relevância da qualidade da água que ingerimos.
Para respeitar esta “lavagem” temos de compreender que há,
grosso modo, dois ambientes: o fluido intracelular e o fluido extracelular.
No interior das células ocorrem incontáveis processos
bioquímicos fundamentais. Quando sobrecarregamos o corpo com medicamentos, com
uma dieta rica em açúcar e alimentos processados, quando somos acometidos por
uma espiral de excesso de trabalho ou de preocupações ou padecemos de uma ou
várias doenças crónicas, as nossas células, em intenso stress oxidativo,
produzem muitos resíduos. Sobrecarregadas, despejam estas toxinas no meio
extracelular, tornando-o “ácido”. Esta “acidez” (que nada tem a ver com a
acidose metabólica, que é uma condição médica extremamente grave), por sua vez,
tende a acumular-se nos tecidos conjuntivos.
O nosso corpo, que é uma máquina inteligente, não podendo
eliminar estes excessos devido ao sedentarismo, à falta de sono ou outra
condição patológica, recorre ao plano B e vai “roubar” os minerais orgânicos
essenciais ao metabolismo — em último reduto o cálcio dos ossos — na tentativa
de neutralizar os tecidos. Então, quando se permanece cronicamente nestas
condições, tendemos a ficar, além de “ácidos”, também inflamados e
desmineralizados. Os sinais e sintomas vão desde o cansaço, unhas, dentes,
gengivas e cabelos frágeis e nervosismo até aos problemas articulares e ósseos.
Importa, pois, para contrariar esta tendência da
modernidade, beber bastante (q.b.) água mineral da nascente ou água da
companhia devidamente filtrada. Existem no mercado vários dispositivos que se ligam
diretamente à torneira fazendo passar a água por uma camada de carvão ativado,
entre outras, para remover o cloro e outros produtos adicionados a montante.
Atenção que, por comodidade contemporânea, acabamos amiúde (levianamente)
por adquirir água da nascente em garrafas de plástico. Contudo, o plástico das
garrafas é composto por polímeros complexos derivados dos hidrocarbonetos do
petróleo. Para a estabilização destes polímeros (para o plástico ser
resistente) são utilizadas moléculas como os bisfenóis (BPA, p.e.). Quando a
água engarrafada é obrigada a estar parada durante meses — e até anos — até ao seu
consumo, sujeita a variações físicas como as oscilações da temperatura ambiente,
é muito provável que estas partículas migrem para a água, ficando esta
“contaminada” por essas moléculas perniciosas, poluentes, conhecidas por serem
disruptoras endócrinas.
Além disso, é claramente nefasto uma água de nascente ficar
armazenada tanto tempo em garrafas ou garrafões, em paletes, nos
distribuidores. Como a água carrega memória, ela deve ser energeticamente
“viva”, de acordo com os preceitos de Masaru Emoto. Uma forma de contornarmos
esta lacuna energética, é fazer passar a água filtrada por um mecanismo de
energização com cristais, magnetos, pulsos e/ou afirmações (flor da vida, sequência
de Fibonacci, proporção áurea, triskelion, mantras, entre muitos)
Que não haja ilusões — à nossa semelhança, o planeta Terra —
a nossa querida casa — é também composto por dois terços de água, à sua
superfície, e a vida, tal e qual a conhecemos, teve origem nela, remetendo-nos invariavelmente
para o famigerado caldo primordial — uma teoria que acolhe o consenso da
comunidade científica. E até o som sentido pelo bebé durante a gestação lhe
chega através do líquido amniótico, transmitindo-lhe a sabedoria do universo
através da vibração propagada da água salgada que o envolve e protege.
Então, uma boa forma de a Mãe Natureza comunicar connosco e
nos transmitir a energia da cura e renovação, é através da água.
O homem, neste processo cego e inconsciente de crescimento
económico e tecnológico, esqueceu-se de que é fundamental estar conectado com
todos os minerais, animais e plantas deste magnífico globo azul. E a água dos
oceanos, rios e riachos transporta — em forma de energia, de vibração — todas
as informações cruciais à manutenção do nosso bem-estar físico, mental,
emocional e espiritual.
Quando meditamos ou quando regeneramos durante o sono, é fundamental estarmos bem hidratados porque, à semelhança de um fio condutor, a água serve para levar a energia curadora até aos meandros das nossas células. Até ao nosso ADN.
Ar
Só depois de uma hora envergando uma máscara de proteção
individual em tempos de epidemia é que começamos finalmente a dar valor à
qualidade do ar que respiramos. Não é levianamente que abrimos as janelas
quando está bom tempo. É preciso renovar o ar da casa quando ele está viciado porque
o ar, em bom rigor, também é energia. Portanto, deve ser puro — isento de
poluição química e eletromagnética, sem partículas sólidas como o pó das minas
de carvão ou das pedreiras e sem alérgenos — e ser profícuo em oxigénio.
Porém, tão ou mais fundamental que o ar é a própria
respiração. Os seguidores de filosofias orientais como o yoga ou o Chi kung
(Qi gong) sabem que a respiração calma, profunda e diafragmática, além
de melhorar o aporte de oxigénio para as células e a subsequente libertação de
toxinas, vai ajudar a estabilizar o ritmo cardíaco e a tensão arterial. Quem
sofre de ligeiras arritmias ocasionais ou extrassístoles deve procurar respirar
profundamente e pausadamente uma série de vezes para normalizar os batimentos
cardíacos e modular a ansiedade.
NOTA: os defensores das teorias da conspiração atribuem a
culpa de variadíssimas patologias físicas e mentais a substâncias deliberadamente
pulverizadas no ar por forças ocultas. Uma das formas apontadas é a adição de
metais pesados (como o alumínio, entre outros) ao jet fuel, que, depois
de carburado, deixa umas impressionantes marcas no céu. Daí o nome chemtrails.
VOTL,
Ricardo Novais
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